Ministro defende adiar eleições e antecipar formatura de estudantes de medicina




O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu neste domingo (22) que as eleições municipais deste ano sejam adiadas para que ações "políticas" não prejudiquem as medidas que estão sendo adotadas para o enfrentamento da epidemia de coronavírus.

Em teleconferência com prefeitos de capitais, ele também informou que está sendo estudada a possibilidade de antecipar a formatura de estudantes de medicina para permitir que eles ajudem no tratamento aos doentes durante a crise.

"Eu faço até uma sugestão para você discutirem. Está na hora de olhar e falar assim: 'ó, adia, faz um mandato tampão desses vereadores, desses prefeitos'. Eleição no meio do ano é uma tragédia, vai todo mundo querer fazer ação política", disse Mandetta.


O ministro deu a declaração em meio a conversa com o prefeito de Belém (PA), Zenaldo Coutinho, que reclamou da dificuldade de contato com a secretaria estadual de Saúde do Pará.

Sobre o adiamento das eleições, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, divulgou nota em que diz que, para isso ocorrer, será necessária uma alteração à Constituição Federal.

"É papel do Congresso Nacional deliberar acerca da necessidade de adiamento, inclusive decidindo sobre o momento adequado de fazer essa definição. Se o Poder Legislativo vier a alterar a data das eleições, trabalharemos com essa nova realidade", afirmou Barroso, que assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em maio deste ano.

"Se o adiamento vier a ocorrer, penso que ele deva ser apenas pelo prazo necessário e inevitável para que as eleições sejam realizadas com segurança para a população. A realização de eleições periódicas é um rito vital para a democracia", completou o futuro presidente do TSE.

Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que adiar as eleições municipais é uma discussão "completamente equivocada".



Alunos de medicina


Aos prefeitos que participaram da teleconferência, Mandetta disse que o governo vai antecipar a formatura dos alunos de medicina que estejam no sexto ano e que "falta um mês, dois meses para se formar."

"Vamos acelerar, esses meninos são jovens. Eles não têm experiência mas eles podem fazer uma parte do atendimento. Eles têm 7.300 horas de capacitação. Faça uma imersão para eles, não para coloca-los no CTI, mas ele pode muito bem ajudar e trabalhar muito com aquela massa que está atrás", disse o ministro.

A assessoria do Ministério da Saúde informou mais tarde neste domingo que a medida está sendo discutida com o Ministério da Educação.


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